domingo, 9 de março de 2008

Civilização Islâmica


Os desdobramentos dos atentados de 11 de Setembro fizeram que o mundo todo passasse a se interessar e olhar com maior atenção para o chamado mundo ou civilização islâmica. Conceitualmente, as civilizações correspondem a agrupamentos humanos que vão muito além de outros agrupamentos como povos e sociedades. As civilizações abrangem vários Estados, às vezes separados por rivalidades, mas cujos povos compartilham de heranças e tradições comuns, fato que lhes conferem uma identidade cultural. São as mais duradouras das associações humanas.

A área abrangida pela civilização islâmica, muçulmana ou maometana corresponde a todos os países do Oriente Médio (á excepção de Israel), África do Norte, parcelas significativas do subconsciente indiano, da Ásia Central, (inclusive o noroeste da China, região do Xinjiang Uigur) e do Sudeste Asiático (Indonésia e Malásia principalmente). Além disso, a sua influência se projecta até alguns espaços da África Subsaariana e do sudeste da Europa, na área da península Balcânica, especialmente na Bósnia, Albânia e Kosovo. Contudo, as áreas nucleares correspondem ao Oriente Médio e África do Norte.

O elemento central dessa civilização é a religião islâmica que, inclusive, identifica a própria entidade cultural. Apesar de a civilização muçulmana ter se originado no mundo árabe, mais especificamente na península Arábica, ela vai muito além dos seus limites.
Fundado no século VII por Maomé, em territórios que hoje correspondem à Arábia Saudita, onde estão as cidades santas de Meca e Medina, o Islamismo se expandiu rapidamente num processo de conquista e domínio de outros povos.
A concepção do islamismo como uma comunidade religiosa e política fez com que no passado, os Estados Núcleos tivessem surgido apenas quando a liderança política e religiosa se combinavam numa só instituição governante. A conquista árabe do Oriente Médio e África do Norte, no século VII, se deu com a formação do Califado Omíada; no século seguinte, como Califado Abássida; e com Califados secundários (Cairo e Córdoba), no século X. Cerca de quatro séculos mais tarde, os otomanos – depois de terem conquistado amplas áreas do Oriente Médio e de tomarem Constantinopla em 1453 – estabeleceram um novo Califado. O domínio de áreas extensas do mundo muçulmano, inclusive aquelas de origem da religião, qualificaram o Império Otomano como o Estado Núcleo do Islão.

Apesar de tudo, e independentemente do país que venha a liderar o mundo islâmico, ou da ausência perene de um Estado Núcleo, a civilização islâmica constitui hoje, mais do que nunca, um enorme desafio ao conjunto de ideias, valores e práticas políticas defendidas pela chamada civilização ocidental.

segunda-feira, 3 de março de 2008

Globalização


A globalização é um dos processos de aprofundamento da integração econômica, social, cultural, política, com o barateamento dos meios de transporte e comunicação dos países do mundo no final do século XX e início do século XXI. É um fenômeno observado na necessidade de formar uma Aldeia Global que permita maiores ganhos para os mercados internos já saturados.

A rigor, as sociedades do mundo estão em processo de globalização desde o início da História. Mas o processo histórico a que se denomina Globalização é bem mais recente, datando (dependendo da conceituação e da interpretação) do colapso do bloco socialista e o conseqüente fim da Guerra Fria (entre 1989 e 1991), do refluxo capitalista com a estagnação econômica da URSS (a partir de 1975) ou ainda do próprio fim da Segunda Guerra Mundial.

As principais características da globalização são a homogeneização dos centros urbanos, a expansão das corporações para regiões fora de seus núcleos geopolíticos, a revolução tecnológica nas comunicações e na eletrônica, a reorganização geopolítica do mundo em blocos comerciais (não mais ideológicos), a hibridização entre culturas populares locais e uma cultura de massa universal, entre outros